Amamos o próximo como a nós mesmo. Os dominadores sempre estiveram convencidos de que estas palavras haviam sido inventadas para consolar os pobres: não para eles. - Bem aventurados os pobres!  A civilização cristã, tão elogiada pelos nossos contemporâneos humanistas, permitiu à burguesia de todas as épocas acalmar o povo menos instruído, prometendo-lhe compensações num outro mundo e distribuindo descaradamente entre si os bens terrenos. Esta civilização mercantil inseriu mesmo o negócio nas palavras de Cristo: negociar-se a  felicidade de consumir os bens da terra em troca de uma beatitude; sem mercadoria, mas eterna.


autor
António Almeida